Eu aviso, não sou de trato fácil, mas eu aviso.
Aprendi que mais vale fechar-me na minha concha, sem dar cavaco a ninguém, do que abrir o sorriso de par em par, abrir braços e coração, e depois zás, sapatada na tromba.
Não gosto de me desiludir, de descobrir que errei, que mal interpretei os actos ou palavras de alguém e que fulano ou sicrano a quem eu dei um espaço, abri a nesga da porta, afinal era um fdp de primeira, ou então, pior, nem sequer era ninguém, e com isso, que perdi tempos e tempos a dar atenção, quando podia estar quieta em casa a fazer malha.
Porque isto de conhecermos pessoas que não valem nada (sempre de acordo com os nossos padrões, claro está, que para alguém hão-de valer) mas acharmos que valem, é das piores coisas que me pode acontecer.
Então eu sou assim, não faço amigos no trabalho, não digo: "tenho um amigo meu" para me referir a alguém do liceu, muito menos para o garoto que me apresentaram na sexta-feira entre copos, ou mesmo para o amigo do meu amigo que connosco se dá de quando em vez. Os meus amigos são poucos, e para todos posso usar um A maiúsculo. Os que chamo amigos irão estar comigo até ao fim, e por eles, jogo-me da ravina, subo e desço montanhas, atiro-me ao mar quantas vezes o corpo deixar e mesmo que o corpo não deixe, pois sem eles não faz sentido andar por aqui.
Sou assim, não dou espaço, mas aviso!
E, a saber, a beleza deste meu feitio mostra-se quando as pessoas me surpreendem, quando no meio da multidão encontro alguém que vale a pena. Aí, adiciono à mão cheia e fechada de amigos, mais um, e aperto com força para não sair.
Abri a mão para a deixar entrar, com todo o valor o fez, e agora fecho a mão e não largo!
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