Antes do mais quero deixar claro, que nem me lembrava da senhora, não lhe tenho nenhum carinho especial e não é da minha família - nem sequer muito afastada, como é o caso do Futre, por exemplo.
Continuando: Os 5 minutos de video, são 5 minutos perfeitamente normais, em nada depreciativos, racistas, ou quaisquer outro adjectivo dos que andam por aí a circular.
Passo a esmiuçar do que tanto se fala na world wide web portuguesa…
- Ai a Maitê foi a Sintra, e em vez de mostrar tudo o que Sintra tem de bonito, mostra uma placa invertida a gozar ca’ gente…
A meu ver, a Maitê foi a Sintra, fez um pequeno vídeo sobre Portugal de 5m e não só não tinha tempo para mostrar tudo, como nem sabemos a que se dedica o programa, para saber se vale ou não a pena falar da Periquita, do Palácio da Pena, do Castelo dos Mouros, and so on. Ah, e a Maitê mais não fez, do que mostrar uma placa, como todas aquelas que recebemos às centenas nos nossos e-mails com o título “Portugal no seu melhor”. Caramba, tenho um porradão de pessoas na minha mailing list, mesmo armadas em pedantes, que gostam de mostrar quão terceiro mundistas e ignorantes são os portugueses (ou isso, ou têm apenas, como a Maitê, sentido de humor - go figure…)
- Ai a Maitê disse o quê? "Os pasteis de nata não levam natas?" Ai ca’ burra…
Ui que ofensa!! Realmente não entendo como é que um estrangeiro que não sabe confeccionar um doce típico português, faz uma confusão destas?! Eu por exemplo, se me perguntassem o que leva o doce brasileiro Cajuzinho, diria de imediato CAJU. Mas eu devo ser estúpida e racista como a Maitê, pois aquilo só leva amendoim!
- “Ai aquilo não é o mar, é o rio…” Ca’ burra Maitê…
Pois, que burra, que emendou logo a seguir um erro não seu, mas do seu cameramen… E ai que burros os brasileiros que confundem rio com mar mesmo junto à foz...
- Tiveste problemas informáticos num hotel de 5* e não os resolveram nem tinham nada que resolver.
Pois, esta é das melhores, um gajo paga para dormir num hotel de luxo, tem um problema, não o resolvem, mas a culpa é nossa por fazermos piadas com isso. Natural? NOT.
Ela não disse qual o problema informático, isto já para quem diz que o hotel não tem que arranjar computadores, carros ou telefones de clientes, podia perfeitamente ser um problema na internet do hotel; e por fim, ela não disse que se recusava a pagar arranjo algum, só pediu o contacto de alguém que a ajudasse. Ah, e ao contrário do que é dito aí na blogosfera, redes sociais e afins, SIM, é normal um trabalhador dum hotel em Portugal não saber o que é um mouse, é aliás normal não saberem muito sobre muita coisa: falar línguas, trabalhar com impressoras, atender bem os clientes… and so on.
- Cuspiu para a fonte, ai a porca!!!
A mim parece-me uma cuspidela sim... mas, por outro lado, parece-me que a Maitê quer imitar a própria estátua - acto infantil, claro, mas não uma ofensa à grande Nação Portuguesa. Ofensivo é a quantidade de portugueses que escarra para o chão, isso sim é ofensivo - ofensivo e porco!!!
E há mais uns dois ou três comentários tolos e infelizes, que falam sobre o sotaque como ela diz Manuel, a falar do estilo Manuelino, e de como ela diz que está ali o túmulo do Camões, mas ele já lá não está… Ora meus amigos, tenham juízo... Foram 5 minutos de um programa, que nada tinha a ver com Portugal, num video sem nada de extraordinário, e em nada semelhante às críticas que os Gatos Fedorentos e os Contemporâneos fazem todos os dias, por exemplo.
O que aconteceu, foi que dezenas de portugueses aproveitaram este pequeno video, para, como é seu apanágio, fazerem comentários racistas e odiosos, que é algo que gostam quase tanto como de cuspir para o chão.
Mesmo que o vídeo em questão ofendesse alguém, que continuo a defender que não o faz, não se paga ódio com ódio, e expressões contra um povo, neste caso particular, contra os brasileiros - que não irei aqui repetir - merecem vídeos de muito mais que 5 minutos sobre os hábitos dos autores dessas ofensas.
Meus caros, quem tem tectos de vidro não devia atirar pedras aos telhados dos vizinhos.